Higienização das mãos no combate a doenças

Lavagem comum pode reduzir em até 80% a quantidade de micro-organismos encontrados nas mãos das pessoas

Nesta quinta-feira (5/5), comemora-se o Dia Mundial da Higienização das Mãos. Com a pandemia, a prática de lavar e manter as mãos limpas foi reforçada no cotidiano de grande parte das pessoas e ajudou a combater a disseminação de doenças contagiosas.

Por isso, especialistas infectologistas alertam que a higienização das mãos não pode mais sair do cotidiano, mesmo com o afrouxamento das regras da pandemia de covid-19.

A correta higienização das mãos, afinal, pode ser determinante no combate a doenças. Em termos de redução microbiana, a estimativa é que o resultado de uma lavagem de mãos comum fique entre 60% e 80%, enquanto profissionais da saúde, que obedecem a um procedimento minucioso, ficam na casa dos 99%. As informações são da cartilha de higienização da Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional (Abralimp).

“No início da pandemia de covid-19, começamos a imaginar as formas de transmissão do vírus e estipulamos que seria similar ao da gripe, por meio de contato através da mão ou por superfícies. Descobrimos, posteriormente, que isso não vale para a covid-19”, explica o médico infectologista Wladimir Queiroz, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. “Isso não significa, de forma alguma, que devemos abandonar o hábito de higienizar as mãos com água e sabão ou com soluções alcoólicas a 70%. Isso é extremamente importante e salutar. Imagina quanta sujeira há em nossas mãos quando pegamos em corrimão, em maçanetas, em apoios do transporte coletivo.  Ali, pode ter um número absurdo de agentes, não só vírus, que podem levar a uma infecção do organismo. Esse hábito deve ser mantido”.

Protocolos na higienização das mãos

Vale lembrar, porém, que essa limpeza não é efetiva apenas com um fio de água correndo rapidamente entre os dedos.

Para uma higienização correta e eficaz das mãos, principalmente no ambiente hospitalar, três fatores são indispensáveis: a escolha do agente (sabonete) com ação microbiana; aplicação correta das técnicas de limpeza das mãos; e, por fim, tempo e regularidade de limpeza. Com todos esses pontos, a higiene é eficaz.

A técnica certa também inclui etapas como a lavagem do dorso das mãos, dedos e toda circunferência. Além disso, por conta do pouco acesso às torneiras que são abertas sem precisar do toque, a solução indicada é enxaguar antes de realizar o procedimento correto de higienização das mãos, evitando uma recontaminação.

Outra opção é fechar a torneira com papel descartável, usado para secar as mãos – que também pode ser usado para abrir a porta do banheiro, já que a maçaneta pode apresentar o mesmo problema da torneira.

“Na lavagem do dia a dia, basta ter uma quantidade ideal de sabão, sabonete ou algum tipo de detergente que possa retirar toda a sujidade das unhas. É preciso ter atenção aos cantos dos dedos, ao intervalo entre a unha e a pele, debaixo das unhas”, explica o médico infectologista. “São lugares que merecem maior atenção na lavagem, principalmente por serem mais difíceis de lavar. Só o ato mecânico de cair água não resolve esse problema.”

Atuação do setor de limpeza

No setor de limpeza, a higienização das mãos também é uma medida simples e eficaz para todos os profissionais. A lavagem correta, afinal, promove a retirada de sujidades, suor, oleosidade, pelos, pele descamada e microrganismos, permitindo que esses mesmos profissionais promovam uma limpeza mais segura do ambiente e se protejam, eles próprios, contra doenças. É a arma mais simples para evitar surtos e contaminações mais graves.

Além disso, é importante que o mercado de higienização se atente aos produtos usados. Não se deve usar sabões e detergentes registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como saneantes, já que são produtos para objetos e superfícies.

O ideal é escolher sabonetes específicos para pele com ação microbiana, tornando o produto usado na higienização das mãos como mais um aliado no combate às doenças e novos surtos.

“Qualquer substância com ação detergente, seja sabão ou sabonete, pode ser utilizada indistintamente. Desde que a gente consiga fazer com que essa substância seja distribuída pelas mãos, por todos os cantinhos, e depois lavar tudo com água”, explica o médico. “Não precisa ter um sabão específico, ou um detergente específico para esse tipo de higiene. Devemos fazer isso muitas vezes por dia. O importante é ter uma substância que acaba retirando a sujidade do dorso e da palma das mãos, assim como debaixo das unhas.”

Fonte: Abralimp

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