PERFIL: LÍVIA LOURENÇO

Quem é a gestora de facilities indicada ao prêmio Mulheres de Facilities

Desde abril de 2011 na JLL, Lívia Gomes Lourenço Rodrigues, ou simplesmente Lívia Lourenço – como é conhecida – é gestora de facilities no contrato da companhia com a gigante Bunge.

Sob sua batuta estão o gerenciamento da sede da presidência da Bunge Brasil com cerca de 12 mil m2 e 800 usuários localizada no bairro de Pinheiros e pelo Centro de Excelência Bunge, localizado no Jabaquara, ambos na capital paulista.

Responsável por uma equipe composta por cinco colaboradores diretos, 25 fornecedores e mais 53 terceirizados, a profissional ainda tem como atribuições cuidar de pessoas, fornecedores e, de quebra, dos clientes. Serviços de manutenção, limpeza, portaria, recepção, estacionamento, expedição, transporte, acesso controlado, atendimento, sistema de detecção e combate a incêndio passam pelo seu crivo.

Lívia é assertiva ao listar suas demandas: “preciso garantir e manter as instalações em bom funcionamento, com um ambiente inovador e bem cuidado para que todos sintam orgulho em pertencer à organização”, conta.

Apaixonada ela profissão, pela família e pela vida, ela gosta mesmo é de estar na linha de frente da operação: “a energia das equipes é incrível e me renova todos os dias”. Com o desafio diário de corrigir e prevenir falhas – um pequeno erro na atividade pode gerar grandes impactos – ela ensina: “devemos ser transparentes na comunicação tanto com a equipe quanto com o cliente. É fundamental conhecê-los para que possamos realmente saber como ajudá-los”, diz, para acrescentar ainda: “acredito bastante em ações motivadoras”.

Um exemplo é a repercussão positiva da conta do Instagram @minha_vida_de_facilities, onde a profissional compartilha boas práticas, incentiva os colaboradores e estabelece contato com clientes, fornecedores e outros profissionais, apresentando diversas facetas da área. “Me conecto com o universo de facilities com um olhar positivo. Cresci como profissional e ainda pude melhorar meus resultados e entregas”.

Mas engana-se quem pensa que isso é o bastante para bacharel em administração formada pela Faculdade São Luis (SP) . Em setembro de 2019 ela foi nomeada como embaixadora do IFM Community Brazil na JLL. “Naquele dia eu olhava para todos que estavam a minha frente e via o sorriso das pessoas vibrando, felizes pela escolha. Foi um dia incrível!”, recorda.

O reconhecimento indica a missão de conectar os colaboradores do time de facilities de todas as contas da companhia – líder mundial em serviços imobiliários corporativos; compartilhar referências; soluções profissionais e o dia a dia da área engajando e atualizando os colaboradores com os processos da empresa para a identidade corporativa. “Movimentar a carreira do IFM e aumentar os negócios da JLL também estão na lista de atividades”, acrescenta Lívia.

A descoberta da profissão

Atuando desde 1998 no segmento de serviços de facilidade a gestora dá a dica de seus pontos fortes: “minha alegria e amor pela profissão contagiam as pessoas. Sempre busco uma visão positiva das coisas para manter o ambiente leve e saudável.”

Tudo começou quando Lívia tinha 18 anos e foi contratada para ser auxiliar administrativa do coordenador da área patrimonial da Rede Globo, por meio de uma pequena empresa. Naquela época, não ainda não se falava sobre facilities. “Atuei lá por seis anos e tive a oportunidade de aprender tudo sobre nossa área, desde os processos administrativos até manutenção de uma subestação. Eu me apaixonei de tal forma pelas minhas atividades e responsabilidades, que ali eu escolhi a minha profissão.”, relembra a profissional.

De lá seguiu para grandes empresas como Siemens, Claro do Brasil, Dia% do Grupo Carrefour, JLL (Pepsico, Itaú Unibanco e Bunge) levando sempre consigo sua principal motivação no ambiente corporativo: o clima organizacional. “Ele afeta diretamente na qualidade do ambiente de trabalho. Por isso, Não adianta ter uma super estrutura se o clima for ruim”, destaca, para acrescentar: “Na gestão de facilities são as inovações diárias praticadas que permitem os profissionais se reinventarem”.

Resiliência feminina

Apesar de ter uma equipe composta por 80% de mulheres, a gestora aposta na habilidade. “Eu não avalio homens ou mulheres e sim as competências e habilidades de cada um. Mas, não posso negar que, no segmento de Facilities, as mulheres são mais detalhistas e caprichosas”, entrega.

Mas ao ser indagada sobre o aumento da presença feminina do universo de facilities Lívia é assertiva: “as mulheres estão ganhando espaço gradativamente – ainda falta muito – mas já estamos dando um show, cada vez mais fortes e presentes nas organizações”.

Alguma dificuldade ou exercício das atividades pelo fato de ser mulher? “Sempre tive uma postura firme e busquei me adaptar a cada cliente, me posicionando claramente. Acredito que o respeito é fundamental em todas as relações interpessoais, em especial no trabalho.”, pontua.

“Não vivi especificamente uma situação de dificuldade ou diferença por ser mulher, mas sinto que precisei de bastante resiliência para me adaptar e buscar o melhor de cada um, independente do gênero. Já vi algumas situações que não aconteceram diretamente comigo, mas tive de me posicionar para que as coisas acontecessem da melhor forma”, relembra.

A gestora ensina ainda que nestas situações é importante que as profissionais de facilities sigam em frente, de maneira firma e estrutura. “Assim avançamos individualmente e em grupo”, diz.

“Ouvir as pessoas de forma integral, prestar atenção em seus gestos, olhar no olho, manter uma escuta ativa e interessada genuinamente naquilo que estão dizendo, além de empatia. Assim, você saberá lidar com as emoções e acolher as pessoas da sua operação. Nós, mulheres, sabemos fazer isso muito bem, é da nossa natureza”, complementa.

Gestão em tempos de Covid-19

A chegada do novo coronavírus ao Brasil trouxe outro desafio para a já atribulada rotina da profissional, que passou a fazer a gestão remota das equipes, inovando todos os dias para manter a proximidade com equipes e cliente.  “Com isso o facilities ficou mais evidente do que nunca, porque somos responsáveis por tudo o que faz uma empresa girar”, enfatiza.

Segundo ela a atuação deve acontecer de forma rápida e estruturada. “Antes do isolamento, já atuávamos com a desmobilização e limpeza. Durante o isolamento social passamos a gerenciar os processos para não impactar o cliente. Agora, já estamos com o plano de ação pronto para quando as atividades se normalizarem.”

E os impactos da pandemia também foram sentidos na rotina da gestora. Acostumada a acordar às 5 horas da manhã e ir direto para a operação, andar pelo prédio, falar com as pessoas, abraçar as equipes, revisar os trabalhos in loco, fazer treinamento… precisou se adaptar e fazer uso de diversas ferramentas tecnológicas para manter o contato e as orientações das atividades.

“Nossa prioridade é a saúde, ou seja, o bem estar e segurança das nossas pessoas, clientes, fornecedores e comunidade como um todo.”, diz a gestora, que acrescenta: “somos proativos, buscamos ouvir as dores e as angústias dos clientes, compartilhamos nossas ideias e melhores práticas para amenizar e solucionar questões decorrentes da pandemia. Em momentos como esse, o espírito de equipe, a ética e a excelência – que são marcas registradas da nossa empresa – ficam ainda mais evidentes”.

Indicação ao prêmio

Naquele dia a paulistana Lívia, 40 anos, casada com Rinaldo Rodrigues, de 48, chegou em casa, abraçou o marido e disparou: “prepare-se tenho muitas novidades para te contar”. Ela tinha sido indicada ao prêmio “Mulheres de Facilities.

Horas antes, durante o pronunciamento de que tinha sido a mais votada em primeiro lugar diante de grandes amigos do segmento já tinha se emocionado. “Eu não acreditava! Uma premiação como esta motivará muitas mulheres e valorizará cada vez mais nossa categoria.”, comemora.

Caseira, quando não está no trabalho o que Lívia mais gosta de fazer é ficar com a família e curtir a casa. E entrega: “adoro receber e cozinhar para os amigos. Sou quase uma chef de cozinha”, revela a tutora de dois cães da raça pug. “Bruce é um manhoso de cinco anos. Já Chanel, de quatro, é doce e carinhosa. São como nossos filhos”.

Ainda sim sobra tempo para se dedicar à atividades de voluntariado da Bunge com crianças e idosos; às campanhas do grupo Mulheres de Faciliteis e ao grupo PAC (Prioridade à Criança). “Também criei uma biblioteca circulante para incentivar as equipes que estão na linha de frente das atividades à leitura.

Mas apesar de tantas atribuições e sonhos realizados: ter uma família, uma casa, fazer viagens… ainda falta mais um. “Quero estar na liderança de uma empresa representando o Brasil”. Se depender da disposição, não vai faltar oportunidade!

Fonte: ABRALIMP – Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional.

Foto: Divulgação.